Inclusão para além do mês do orgulho: como amplificar vozes LGBTQIAP+ na internet



Parte I – Sobre proponente e co-proponente

Proponente

Nome:

IRIS - Instituto de Referência em Internet e Sociedade

Estado:

Minas Gerais

Região:

Sudeste

Setor:

Terceiro Setor

Parte II - Sobre o Workshop

Resumo do workshop

Apesar das inúmeras campanhas que promovem a diversidade nos últimos anos, pessoas LGBTQIAP+ ainda têm alcance reduzido na internet. Se, por um lado, os usuários hoje podem escolher seus pronomes em algumas redes sociais, por outro, conteúdos LGBTQIAP+ sofrem moderação algorítmica com frequência. Este painel busca entender as atuais estratégias de pessoas LGBTQIAP+ online e identificar pontos de desenvolvimento para que a internet seja inclusiva para além do mês do orgulho.

Objetivos e conteúdos do workshop

É inquestionável que a internet se apresenta, principalmente para pessoas LGBTQIAP+, como um ambiente repleto de informação e possibilidade de engajamento com nossos pares. No entanto, ao mesmo tempo em que o ambiente online se torna um espaço social mais amigável à pessoa LGBT+, esse mesmo ambiente também se mostra hostil de diversas maneiras: seja nas altas taxas de discurso de ódio (ADI, 2021) e até mesmo na moderação de conteúdos produzidos para e por pessoas LGBTQIAP+ nas redes sociais - incoerência que este painel busca discutir como ponto de partida. Considerando que a sociedade on e offline não são separadas, assim como seus acontecimentos e repercussões mútuas, o segundo parâmetro de discussão da mesa redonda se relaciona às diferentes experiências, estratégias e percalços de usuários consumidores e criadores de conteúdo LGBTQIAP+ na internet. Os altos números de ocorrência de discurso de ódio contra pessoas LGBTQIAP+ na internet, não por acaso, se situam no mesmo contexto do país que mais mata pessoas trans no mundo (ANTRA, 2021) - e onde um garoto de apenas 16 anos cometeu suicídio após ataques homofóbicos em suas redes sociais em 2021. O tópico final da discussão é a identificação de gargalos e possíveis ações mais consistentes na promoção da inclusão digital (e social) de pessoas LGBTQIAP+ e a livre expressão de seus discursos, de forma multissetorial. Considerando a falta de representatividade e preconceito como problemas estruturais, cada setor que compõe a governança da internet têm papel fundamental no fomento de conhecimento e práticas que tornem o ambiente online mais aberto, seguro e propício à inclusão digital - e, por consequência, social - de pessoas LGBTQIAP+.

Relevância do tema para a Governança da Internet

Debater a necessidade de promover com mais constância e efetividade presenças LGBTQIAP+ na internet envolve questões econômicas, sociais e de direitos fundamentais. Considerado o primeiro princípio para governança da internet, que norteia a constituição de uma rede de liberdade, privacidade e direitos humanos, a mesa redonda propõe dar maior alcance às demandas da pessoa LGBTQIAP+ na internet em prol de visibilidade e, por consequência, liberdade de expressão. Este direito nem sempre é garantido no ambiente online para as pessoas dessa comunidade tanto por fatores sociais estruturais quanto técnicos, resultantes das dinâmicas sociais em rede. Dessa forma, sendo o acesso à internet - e a inclusão digital como um todo - uma maneira de vivência social e desenvolvimento cidadão, reconhecer as estratégias de vivência social digital de pessoas LGBTQIAP+ abre portas para o reconhecimento de que o caráter universal da internet depende da amplificação de discursos diversos - seja pela construção de conhecimento sobre o assunto, por incentivos governamentais, empresariais e estruturais da própria rede. A preservação da diversidade cultural e social na internet revela seu potencial de um meio para que a sociedade se desenvolva. Assim, debater a criação, recepção e estratégias multissetoriais para ampliação de discursos LGBT+ na internet também contribui para a construção de uma sociedade cada vez mais inclusiva on e offline - uma vez que discursos têm impactos reais na internet e fora dela.

Forma de adequação da metodologia proposta

A mesa redonda contará com perguntas formuladas pelos proponentes do painel em três blocos: “vivências LGBTQIAP+ na internet”, “estratégias de consumo, produção e ranqueamento de conteúdo diverso” e “passos multissetoriais para a diversidade on e offline”. Cada bloco conta com a duração de 20 minutos de falas das pessoas painelistas, seguidas de 10 minutos de perguntas e respostas, de acordo com a atuação de cada pessoa convidada. Além disso, as organizações convidadas também foram orientadas a acompanharem o painel, para auxiliarem na resposta em tempo real de possíveis perguntas que não possam ser respondidas dentro do limite de tempo do workshop.

Engajamento da audiência presencial e remota

A estratégia acontece de três formas: anterior, concomitante e posterior à realização da mesa redonda. Como parte da estratégia anterior, as entidades participantes irão se articular para circular peças de divulgação do painel (imagens, vídeos, áudios), bem como postagens de interação para coleta de sugestões de perguntas e depoimentos de vivências LGBTQIAP+ online para o debate. Como estratégia concomitante, as entidades participantes acompanharão o chat da transmissão e realizarão o compartilhamento da transmissão ao vivo, bem como a cobertura de principais falas. Como estratégia posterior, os principais encaminhamentos da discussão serão sistematizados pela entidade proponente em uma linha de conteúdos (diagramas, vídeos e trechos de áudios) compartilhados nas redes sociais - para que a discussão não se encerre no Fórum da Internet no Brasil, mas sirva de pontapé inicial de mudança multissetorial e ampliação da discussão do tema nos espaços de debate sobre governança da internet.

Resultados pretendidos

Em um primeiro momento, a mesa redonda busca criar no maior e mais visível espaço de debate da governança da internet no Brasil, pela primeira vez, um ambiente de troca de vivências e dificuldades de pessoas LGBTQIAP+ no exercício de suas cidadanias no ambiente online. A partir desse compartilhamento de vivências e ciência das estratégias específicas que pessoas LGBTQIAP+ precisam tomar no ambiente online para se expressarem com alcance nas plataformas, pretende-se apontar junto às pessoas painelistas e questionamentos do público encaminhamentos para cada um dos setores no reconhecimento, livre expressão e manutenção do engajamento LGBTQIAP+ na internet. Dessa forma, a mesa redonda se apresenta como um pontapé inicial de uma discussão que exige ações multissetoriais e que, a partir de 2022 podem passar a ser desenvolvidas e acompanhadas em edições futuras do Fórum da Internet no Brasil.

Relação com os príncipios do Decálogo

Diversidade

Temas do workshop

DINC – Grupos excluídos e minoritários | ISCI – Direitos humanos | ISCI – Liberdade de expressão |

Aspectos de diversidade relevante

Gênero | Cor ou raça | Região |

Como a proposta integrará os aspectos de diversidade

O workshop buscou apresentar em sua proposta a presença de painelistas de todos os setores, considerando a equidade de gênero, racial e regional, além de representantes de diversos grupos que compõem o espectro da comunidade LGBTQIAP+ em sua composição.
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